Transmissão viral via aérea: premonição ou conexão?
Volta e meia nos surpreendemos com o sucesso de alguém ou de alguma empresa. Se avaliarmos bem, foram pessoas que deram resposta adequada a uma necessidade do momento, ou por estarem preparadas para o problema específico, ou por terem recursos disponíveis e as informações necessárias para responderem agilmente.
Vejamos o que ocorre na atualidade, com o mundo acuado por uma pandemia provocada por um vírus que se transmite com toda facilidade pelo ar. Uso de máscaras, distanciamento social, ajudam. Ambiente fechado, transporte público, elevadores? Nem pensar! Alta probabilidade de contaminação. O que estamos fazendo para controlar o problema? A necessidade está aí. Já faz um ano!
A TESLA, não surpreende citar, introduziu em seus modelos S e X, anos atrás, um sistema de purificação de ar que chamou de BIOWEAPON DEFENSE MODE, passando a mensagem para os usuários de seus veículos de que estariam protegidos em uma guerra biológica. Adivinhação? Claro que não.
Os problemas alérgicos com pólen, a fumaça de incêndios florestais, comuns em estados como a Califórnia, os particulados em suspensão nas estradas e cidades são problemas antigos. A simples adoção de um filtro HEPA, de alta eficiência na retenção de particulados, como diz o nome, é capaz de reduzir estes problemas, claramente originados no exterior do automóvel. Também seriam capazes de conter aerossóis com vírus gerados no exterior (defense mode, lembra?). Ocorre que o filtro está colocado no fluxo de recirculação de ar do sistema de ar-condicionado veicular e é capaz de reter aerossóis contaminados gerados por seus ocupantes, diminuindo assim a concentração de contaminantes no interior do veículo. Resolve o problema? Não totalmente. A contaminação entre as pessoas ainda pode ocorrer, mas o material contaminante não será insuflado nas saídas do ar-condicionado no painel…então, ajuda.
O grupo Jaguar-Land Rover aplica ionização bipolar e filtro de alta eficiência em seus modelos I-Pace e Rage Rover Sport. Vai disponibilizar este sistema como opcional nas outras linhas brevemente. Mais do mesmo, mas já é uma iniciativa.
Tanto os ionizadores bipolares quanto os filtros são equipamentos passivos, ou seja, o ar precisa passar por eles para ser limpo. Não são capazes de eliminar a transmissão direta, pessoa a pessoa. Diminuem, entretanto, a carga contaminante no interior do veículo, o que já é alguma coisa. Para diminuir a probabilidade da transmissão direta existem dois recurso: ou você abre as janelas e torce para que o fluxo de ar desvie os aerossóis dos ocupantes ao seu redor, ou você introduz no interior do veículo um agente biocida.
O bom é que esta tecnologia já existe, é usada inclusive nas naves espaciais. O ruim é que apesar de acessível, está sendo timidamente aplicada em algumas linhas de transporte coletivo nos EUA. O agente biocida no caso é o peróxido de hidrogênio, um gás amigável, presente na natureza e seu processo de geração é conhecido como foto catalização.
Outros fabricantes de veículo, como a Hyundai, estão pesquisando sistemas ativos de purificação de ar. É o futuro no transporte. Enquanto isso não acontece, ao subir num taxi ou transporte de aplicativo, não esqueça de pedir para o motorista abrir todas as janelas!
Ricardo Cherem de Abreu, diretor técnico da Dannenge International
Se quiser saber mais sobre o assunto, consulte www.dannenge.com ou envie e-mail para webmaster@dannenge.com