Descontaminação do ar
A Revista do Frio traz na edição de dezembro de 2020 o artigo "Pandemia eleva preocupação com Qualidade do Ar em edifícios", com a participação de Ricardo Cherem de Abreu, diretor técnico da Dannenge International.
Na avaliação do diretor técnico da Dannenge, o desconhecimento sobre o novo coronavírus ainda “é grande e as recomendações emitidas pelas associações de classe foram tímidas em termos de aplicação de novas tecnologias, como os fotocatalizadores, que dão resposta efetiva para o problema da contaminação aérea”.
“As ações recomendadas – aumentar a renovação de ar, elevar o grau de filtração e usar lâmpada germicida ultravioleta (UV) – são excelentes quando praticáveis e devem ser implementadas, seguramente. O resultado, entretanto, só interfere na concentração de fundo e não dá resposta para a transmissão aérea direta, que pode vir daquele seu colega de trabalho conversando com você frente a frente”, argumenta.
Segundo especialistas, os sistemas de HVAC potencialmente podem espalhar um vírus pelos ambientes internos quando o ar em alta velocidade flui de uma pessoa infectada para outras, algo que foi demonstrado durante o surto da síndrome respiratória aguda grave, doença causada pelo Sars-CoV-1, em 2004.
“Os sistemas de climatização têm de atuar na diminuição da probabilidade de contaminação, porém, não como hoje estão instalados. Para que eles venham a ser efetivos, é necessário que sejam modificados e/ou suplementados. É preciso considerar agir na concentração de fundo de contaminantes, ou seja, aqueles contaminantes que foram espalhados pela sala através da própria ação do sistema, assim como na concentração de contaminantes na proximidade dos ocupantes, ou seja, que ficam no caminho direto entre uma pessoa que expira e outra que inspira”, ressalta.
“A concentração de fundo pode ser diminuída pelo aumento da taxa de renovação de ar, pela aplicação de filtros finos e pela adoção de purificadores de ar passivos, tipo filtros absolutos, lâmpada UV-C e ionizadores bipolares. A contaminação direta só pode ser diminuída por algum agente que entre no ambiente e reaja ‘in loco’ com os microrganismos patogênicos. Existem no mercado purificadores de ar que geram peróxido de hidrogênio a partir da umidade contida no ar através de um processo de fotocatalização, e o peróxido de hidrogênio – um gás amigável, mas fortemente oxidante –, comprovadamente, desativa vírus e elimina bactérias, fungos e mofos. Por estar espalhado no ambiente, atua tanto na possível contaminação por concentração de fundo quanto na contaminação por transmissão aérea direta”, acrescenta.
Em meio à pandemia, “algumas soluções que trazem risco à saúde foram sugeridas, como purificação com ozônio, que é extremamente agressivo e de uso proibido pelos órgãos de controle da saúde do trabalho, e as lâmpadas UV em túneis ou em dispositivos que deixam essas lâmpadas aparentes, liberando irradiação prejudicial à saúde”, alerta o executivo, lembrando que, nestes tempos, “a desinformação é grande e até os responsáveis por políticas sanitárias contribuem com esse processo”.
“A OMS demorou mais de seis meses para reconhecer a possibilidade de transmissão aérea do novo coronavírus por aerossóis e, mesmo assim, só o fez sob pressão da comunidade científica”, exemplifica.
A matéria na íntegra está disponível em https://revistadofrio.com.br/2020/12/pandemia-eleva-preocupacao-com-qualidade-do-ar-em-edificios/
Jornalista responsável Ana Paula Basile Pinheiro